Cientistas
desvendam mistério sobre como funciona gene da obesidade
Gene
ligado à obesidade já era conhecido por pesquisadores desde
2007.
Mutação faz comida ser armazenada como gordura e não ser
queimada.
Publicado
em: 20/08/2015
Cientistas finalmente descobriram como
o gene ligado à obesidade faz as pessoas ficarem gordas, uma grande
descoberta que pode abrir as portas para uma nova abordagem do
problema, que vai além de dietas e exercícios.
O estudo desvenda um grande mistério: desde 2007, pesquisadores já
sabiam que um gene chamdo FTO estava relacionado à obesidade, mas
não sabiam como, e não conseguiam ligá-lo ao apetite ou a outros
fatores conhecidos.
Agora, experimentos revelam que uma versão defeituosa do gene faz
com que a energia dos alimentos ingeridos seja armazenada como
gordura, em vez de ser queimada. Um procedimento de manipulação
genética em camundongos ou em células humanas no laboratório sugerem
que isso pode ser revertido, oferecendo esperança de que uma droga
ou outro tratamento possa ser desenvolvido para fazer o mesmo em
pacientes.
O trabalho, conduzido por cientistas do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT) e da Universidade Harvard, foi publicado nesta
quarta-feira (19) pelo site da revista "New England Journal of
Medicine".
A descoberta contesta a noção de que "quando as pessoas ficam
obesas, foi basicamente sua própria escolha porque elas escolheram
comer muito ou não se exercitar", disse a líder do estudo Melina
Claussnitzer, especialista em genética do Centro Médico Israel
Deaconess, afiliado a Harvard. "Pela primeira vez, a genética
revelou um mecanismo na obesidade de que nunca havíamos suspeitado
antes" e dá uma terceira explicação ou fator envolvido.
Pesquisadores que não estão relacionados com a pesquisa também
reconheceram sua importância. "Muitas pessoas pensam que a epidemia
de obesidade só está relacionada a comer muito, mas nossas células
de gordura têm um papel em como nossa comida é utilizada", diz o
médico Clifford Rosen, cientista do Instituto de Pesquisa do Centro
Médico de Maine. Segundo ele, a pesquisa abre a possibilidade do
desenvolvimento de drogas que possam fazer nossas células de gordura
trabalharem de forma indiferente.
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