Desequilíbrio
da fauna intestinal pode causar doença de Crohn, diz estudo
Em
experimento, micróbio de roedor doente transmitiu problema para
outros.
Estudo sugere que transplante de fezes aliviaria de inflamação
intestinal.
Publicado
em: 25/09/2015
Um novo estudo mostra que o
desequilíbrio fauna microbiana do intestino pode desencadear a
doença de Crohn, uma inflamação crônica do intestino, e que o
problema pode ser transmitido a outros indivíduos. A conclusão,
tirada de experimentos com camundongos, sugere que o transplante de
bactérias “saudáveis” para o intestino de portadores da doença pode
um dia ajudar na terapia.
A descoberta, feita por cientistas da Universidade Técnica de
Munique, na Alemanha, não implica que a fauna microbiana seja a
única causa da doença, mas sugere que ela seja um fator importante
entre aqueles que a desencadeiam.
“Apesar de termos usado camundongos que já tinham uma predisposição
genética maior para desenvolver uma inflamação do tipo Crohn, eles
não desenvolveram os sintomas até implantarmos bactérias intestinais
tiradas dos animais afetados”, afirmou Dirk Haller, líder do estudo,
em comunicado à imprensa.
Os cientistas buscam agora maneiras de conseguir reverter a condição
em experimentos com o procedimento inverso, transplantando bactérias
de animais saudáveis para os doentes. A técnica requer que se
extraia bolo fecal de um indivíduo e se implante em outro.
A doença de Crohn ainda é um problema difícil de tratar. Em muitos
casos, os medicamentos produzem um alívio apenas temporário. “Na
maioria dos casos, a inflamação retorna após algum tempo”, afirma
Haller. “O transplante de bolo fecal já se mostrou efetivo para
várias doenças intestinais. Esse tratamento inusitado, porém, ainda
precisa obter resultados conclusivos em pacientes com doença de
Crohn e colite ulcerativa.”
Os resultados da pesquisa do grupo alemão foram descritos em estudo
publicado na revista científica “Gut”.
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